domingo, 3 de agosto de 2008

A DIFICIL FASE DE GURI

Nas décadas de 40/50 e inícios dos anos 60 poucos eram os radialistas da linha de frente que não tinham alguns vícios. O ônus moral com a prática destes vícios era superada pelo nome profissional que mantinham na "praça" durante suas atividades díárias, pois as "atividades" noturnas eram simplesmente censuráveis para aquele tempo.Por Agilmar Machado
Ser radialista com um certo destaque bastava para aliar a noite, a bebida e as mulheres na história de sua vida.Da zona de meretrício até as conquistas mais especiais e reservadas, não havia quem pudesse jugar um grão de areia na telha de vidro de qualquer colega de rádio. Não era necessário procurar muito: das "damitas" puras, medianamente decentes, até as categorias mais inferiores, como as meretrizes, se encarregavam de caçar os "tigres".Da minha parte jamais me preocupei em ser "caçado" e muito menos por ser alvo de paixões (muitas vezes meio desvairadas). Desquitado por muitos anos, simplesmente deixava o barco singrar as águas das conquistas, para ver como ficava no final dsa rota...Lembro que quanto me "inauguraram" eu tinha somente 14 anos de idade.Provei, gostei (e aprovei) e jamais deixei esse vício.
Quinze anos incompletos - como já contei em outros comentários - comecei firme na Rádio Eldorado de Criciúma. Tinha lá minha roda de "pibes" da minha idade e um pouco mais velhos, como eu chegados em novas aventuras noturnas.Édio, Bonifácio, Necí e mais uma meia dúzia que esperava acabar o dia e rumava para uma casa específica de pintadas musas da noite. O cheiro delas era peculiar e os atrativos também... mas a tabela muito elevada para as nossas posses...Descobrimos, então, uma saída altamente conveniente: de Araranguá chegara na casa da "Lua" uma mulher de seus 40 anos, já no estaleiro e entregue somente às lides da cozinha e da lavação de roupas da "zona".Era a Quininha. Gostava de gurís. Era tudo o que precisávamos na quebradeira em que vivíamos na época. A Quininha organizada a "fila" e se enfiava na sua primária "alcova". Sorteava o primeiro e o resto era na fila indiana. O único inconveniente era o cabo João, valente militar que não queria saber de menores andando à noite sozinhos... e muito menos na "zona"...Quando algum apressadinho da fila, de sacanagem, gritava: "Olha o Cabo João !", quem estava "ocupado" naquele instante perdia de repente toda a "dignidade", saltava a janela e enfrentava os espinhos de maricá da descida do morro para não cruzar com o respeitável Cabo João...Os dormentes dos trilhos, único caminho para retornar ao centro da cidade, eram saltados de tres em tres. Os calcanhares iam batendo na bunda.Caso contrário a aventura não teria repetição...Como era difícil ser gurí...

Nenhum comentário: