RESUMO DA VITORIOSA CARREIRA DE AL NETO
"Al Neto, natural de Santa Catarina. Descendente de bascos, daí o nome Neto, que é o de um cerco ao norte de Guipúzcoa(Províncias Vascongadas, Espanha), ponto de origem da família.
Cursou a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, a Escola de Filosofia de Buenos Aires e a Escola de Jornalismo da Universidade de Missouri, especializando-se em rádio.
Foi repórter de Notícias Gráficas(Buenos Aires) e correspondente da United Press em Buenos Aires, Rio de Janeiro e Nova York,.
Em 1947, foi comentarista das Nações Unidas.
É autor de um romance "A ave de arribação" e um livro de viagens, em castelhano "Outra azucena en mi jardin".
Fez comentários radiofônicos irradiados por 186 estações brasileiras e publicado em 114 jornais".
(Fonte: Lucas Alexandre Boiteux.Subsídios para a enciclopédia catarinense 1915-1936. Inédito. Em fichas. Fotocopiado. Acervo do Instituto Histórico).
terça-feira, 16 de setembro de 2008
AL NETO (Afonso Alberto Ribeiro Neto) VI
AL NETO (Afonso Alberto Ribeiro Neto) - VI
Se somos sensíveis aos sentimentos de afeto, de amizade, de dor, de tristeza, e às vezes até de raiva, tudo nos leva a crer que devamos estar perto daqueles a quem mais amamos na vida... e também na morte.
Não por uma questão física, pois no final só restará o pó, mas para que os que ficam jamais esqueçam de quem lhes fez bem na vida terrena...
Assim entendemos quando eventualmente visitamos um cemitério...
Lá estão nossos entes mais queridos para serem lembrados dos saudosos momentos de quando ainda recebíamos seu calor e seu carinho.
Definitivamente assim sempre foi a concepção de Al Neto (inclusive exteriorizando-a ao levar-nos a visitar vários túmulos que se aglomeravam no cemitério da Estância do Pinheirinho, onde ele também hoje descansa).
O cemitério - isolado -, numa linda colina de onde se vislumbrava a natureza intacta por todos os lados, bem representava a importância dada à memória dos que partiram e que um dia habitaram a casa principal, seus arredores e seus piquetes de pastagem nobre.
Em cada breve epitáfio: nome, data de nascimento e o dia, mês e ano da viagem para o Oriente Eterno.
Informação resumida, pois para quem conheceu e admirou alguém, não precisa mais nada para manter sempre viva sua lembrança.
Quando chegamos vislumbramos os sepulcros onde jazem seus antepassados.
O mais recente, então, era de seu pai, o respeitável médico Valmor Ribeiro, cujo nome orgulha a cidade de Lages e é homenageado com seu nome em importante rua e num grande ginásio de esportes.
A morte do patriarca Dr. Valmor Ribeiro, então, foi o motivo que levou o jornalista de sucesso mundial, Al Neto, a abandonar atribulada vida internacional e rumar – definitivamente – para a sede da modelar estância e assumir os destinos desta. Motivo: somente filho varão sucede aquele que alcança a eternidade...
O velório do finado Valmor Ribeiro, segundo hábito tradicional da família, teve poucos presentes: a família, os funcionários da estância e raros amigos (como também foi o de Al Neto, em 2000).
Às 21h, Al Neto veio até a sala principal onde o corpo estava sendo velado, agradeceu reverentemente a presença de todos até aquele momento, solicitou que todos retornassem no dia seguinte, às 09h, apagou as velas que circundavam o ataúde, apagou as luzes, fechou a casa e foi descansar.
Além de seus antepassados queridos, dividiam espaço com aqueles os seres que, vivos, fizeram a alegria, o orgulho e o prazer de seus donos: os animais a que seus respectivos ancestrais mais dedicaram carinho e foram nisso correspondidos.
Senti uma emoção muito forte, já que também minha concepção é de que entes queridos não são somente aqueles que possuem nosso sangue e nossa espécie, mas, sim, todos os que nos mostraram lealdade e nos propiciaram momentos alegres, mesmo sendo chamados de “irracionais”.
Pessoalmente talvez leve eu ao extremo minha admiração pelos animais, considerando a lealdade destes para conosco.
No mundo em que vivemos, não raro é lermos ou ouvirmos notícias sobre pais que, tresloucadamente, abandonam seus filhos ao léu, entregando-os à miséria e ao vício, sem demonstrar nenhum sentimento afetivo.
Mães que, eventualmente, optam pela sua própria vida, em detrimento da vida frágil de uma criança, no mais repulsivo atestado de desamor filial.
Em contraposição – e felizmente –, a esmagadora maioria das mães, quanto mais pobres e necessitadas, dão sua própria vida para que seus pequenos seres, frutos de suas entranhas, subsistam!
Curiosamente, gestos nobres e grandiosos como estes, encontramos somente num cão fiel que, ao ver seu dono atacado, entrega sua própria vida – instintivamente – para preservar a de seu amo.
Tudo isso retrata – com absoluta fidelidade – a razão óbvia de se conservar a lembrança desses seres chamados “irracionais” com o mais caloroso afeto e eterno reconhecimento.
Essas lembranças nos passavam pela mente enquanto Dr. Al Neto, impecavelmente pilchado, nos mostrava aquele lugar tão solitário, porém onde nos sentimos tão reconfortados pela paz reinante...
(Homenagem ao seu filho e sucessor, Dr. Valmor Ribeiro Neto, a quem conhecemos (em férias) durante um chá da tarde na estância, quando ainda era estudante em Porto Alegre).
Se somos sensíveis aos sentimentos de afeto, de amizade, de dor, de tristeza, e às vezes até de raiva, tudo nos leva a crer que devamos estar perto daqueles a quem mais amamos na vida... e também na morte.
Não por uma questão física, pois no final só restará o pó, mas para que os que ficam jamais esqueçam de quem lhes fez bem na vida terrena...
Assim entendemos quando eventualmente visitamos um cemitério...
Lá estão nossos entes mais queridos para serem lembrados dos saudosos momentos de quando ainda recebíamos seu calor e seu carinho.
Definitivamente assim sempre foi a concepção de Al Neto (inclusive exteriorizando-a ao levar-nos a visitar vários túmulos que se aglomeravam no cemitério da Estância do Pinheirinho, onde ele também hoje descansa).
O cemitério - isolado -, numa linda colina de onde se vislumbrava a natureza intacta por todos os lados, bem representava a importância dada à memória dos que partiram e que um dia habitaram a casa principal, seus arredores e seus piquetes de pastagem nobre.
Em cada breve epitáfio: nome, data de nascimento e o dia, mês e ano da viagem para o Oriente Eterno.
Informação resumida, pois para quem conheceu e admirou alguém, não precisa mais nada para manter sempre viva sua lembrança.
Quando chegamos vislumbramos os sepulcros onde jazem seus antepassados.
O mais recente, então, era de seu pai, o respeitável médico Valmor Ribeiro, cujo nome orgulha a cidade de Lages e é homenageado com seu nome em importante rua e num grande ginásio de esportes.
A morte do patriarca Dr. Valmor Ribeiro, então, foi o motivo que levou o jornalista de sucesso mundial, Al Neto, a abandonar atribulada vida internacional e rumar – definitivamente – para a sede da modelar estância e assumir os destinos desta. Motivo: somente filho varão sucede aquele que alcança a eternidade...
O velório do finado Valmor Ribeiro, segundo hábito tradicional da família, teve poucos presentes: a família, os funcionários da estância e raros amigos (como também foi o de Al Neto, em 2000).
Às 21h, Al Neto veio até a sala principal onde o corpo estava sendo velado, agradeceu reverentemente a presença de todos até aquele momento, solicitou que todos retornassem no dia seguinte, às 09h, apagou as velas que circundavam o ataúde, apagou as luzes, fechou a casa e foi descansar.
Além de seus antepassados queridos, dividiam espaço com aqueles os seres que, vivos, fizeram a alegria, o orgulho e o prazer de seus donos: os animais a que seus respectivos ancestrais mais dedicaram carinho e foram nisso correspondidos.
Senti uma emoção muito forte, já que também minha concepção é de que entes queridos não são somente aqueles que possuem nosso sangue e nossa espécie, mas, sim, todos os que nos mostraram lealdade e nos propiciaram momentos alegres, mesmo sendo chamados de “irracionais”.
Pessoalmente talvez leve eu ao extremo minha admiração pelos animais, considerando a lealdade destes para conosco.
No mundo em que vivemos, não raro é lermos ou ouvirmos notícias sobre pais que, tresloucadamente, abandonam seus filhos ao léu, entregando-os à miséria e ao vício, sem demonstrar nenhum sentimento afetivo.
Mães que, eventualmente, optam pela sua própria vida, em detrimento da vida frágil de uma criança, no mais repulsivo atestado de desamor filial.
Em contraposição – e felizmente –, a esmagadora maioria das mães, quanto mais pobres e necessitadas, dão sua própria vida para que seus pequenos seres, frutos de suas entranhas, subsistam!
Curiosamente, gestos nobres e grandiosos como estes, encontramos somente num cão fiel que, ao ver seu dono atacado, entrega sua própria vida – instintivamente – para preservar a de seu amo.
Tudo isso retrata – com absoluta fidelidade – a razão óbvia de se conservar a lembrança desses seres chamados “irracionais” com o mais caloroso afeto e eterno reconhecimento.
Essas lembranças nos passavam pela mente enquanto Dr. Al Neto, impecavelmente pilchado, nos mostrava aquele lugar tão solitário, porém onde nos sentimos tão reconfortados pela paz reinante...
(Homenagem ao seu filho e sucessor, Dr. Valmor Ribeiro Neto, a quem conhecemos (em férias) durante um chá da tarde na estância, quando ainda era estudante em Porto Alegre).
terça-feira, 9 de setembro de 2008
EL DIA QUE ME QUIERAS... UNA DUDA...
O poema “El dia que me quieras”, mundialmente conhecido pela composição de Alfredo Le Pêra e Carlos Gardel (o primeiro cantor francês de nascimento, e o segundo jornalista, poeta, produtor e escritor brasileiro nascido no bairro do Bexiga, SP – rua Major Diogo,22), é objeto de discussões e dúvidas até os dias de hoje, comparado à obra do poeta mexicano, Amado Nervo (Juán Crisóstomo Ruíz de Nervo- * Tepic, México, 27/08/1870- + Montevideo, Uruguay, 24/05/1918).
Gardel e Le Pera o apresentaram, gravado pelo primeiro, em 1935, meses antes do fatídico acidente aéreo de Medellín, Colômbia, que a ambos vitimaria em 23 de junho, portando, 16 anos depois do falecimento do poeta Amado Nervo.
Comparando-se os versos, é clara a coincidência de termos usados, a começar pelo título, exatamente igual.
Para que nosso leitor tenha a oportunidade de comparar, apresentamos abaixo:
- 1 – o poema de Amado Nervo (original);
- 2 – a composição de Le Pêra.
Há semelhanças que não deixam dúvidas de que a inspiração de Amado Nervo serviu de base para a obra de Lê Pêra...
EL DIA QUE ME QUIERAS
(AMADO NERVO)
El día que me quieras tendrá más luz que junio;
la noche que me quieras será de plenilunio,
con notas de Beethoven vibrando en cada rayo sus inefables cosas,
y habrá juntas más rosas que en todo el mes de mayo.
Las fuentes cristalinas irán por las laderas saltando cristalinas el día que me quieras.
El día que me quieras, los sotos escondidos resonarán arpegios nunca jamás oídos.
Éxtasis de tus ojos, todas las primaveras que hubo y habrá en el mundo serán cuando me quieras.
Cogidas de la mano cual rubias hermanitas, luciendo golas cándidas,
irán las margaritas por montes y praderas, delante de tus pasos, el día que me quieras...
Y si deshojas una, te dirá su inocente postrer pétalo blanco: ¡Apasionadamente!
Al reventar el alba del día que me quieras,
tendrán todos los tréboles cuatro hojas agoreras,
y en el estanque, nido de gérmenes ignotos,
florecerán las místicas corolas de los lotos.
El día que me quieras será cada celaje ala maravillosa;
cada arrebol, miraje de "Las Mil y una Noches";
cada brisa un cantar, cada árbol una lira, cada monte un altar.
El día que me quieras, para nosotros dos
Gardel e Le Pera o apresentaram, gravado pelo primeiro, em 1935, meses antes do fatídico acidente aéreo de Medellín, Colômbia, que a ambos vitimaria em 23 de junho, portando, 16 anos depois do falecimento do poeta Amado Nervo.
Comparando-se os versos, é clara a coincidência de termos usados, a começar pelo título, exatamente igual.
Para que nosso leitor tenha a oportunidade de comparar, apresentamos abaixo:
- 1 – o poema de Amado Nervo (original);
- 2 – a composição de Le Pêra.
Há semelhanças que não deixam dúvidas de que a inspiração de Amado Nervo serviu de base para a obra de Lê Pêra...
EL DIA QUE ME QUIERAS
(AMADO NERVO)
El día que me quieras tendrá más luz que junio;
la noche que me quieras será de plenilunio,
con notas de Beethoven vibrando en cada rayo sus inefables cosas,
y habrá juntas más rosas que en todo el mes de mayo.
Las fuentes cristalinas irán por las laderas saltando cristalinas el día que me quieras.
El día que me quieras, los sotos escondidos resonarán arpegios nunca jamás oídos.
Éxtasis de tus ojos, todas las primaveras que hubo y habrá en el mundo serán cuando me quieras.
Cogidas de la mano cual rubias hermanitas, luciendo golas cándidas,
irán las margaritas por montes y praderas, delante de tus pasos, el día que me quieras...
Y si deshojas una, te dirá su inocente postrer pétalo blanco: ¡Apasionadamente!
Al reventar el alba del día que me quieras,
tendrán todos los tréboles cuatro hojas agoreras,
y en el estanque, nido de gérmenes ignotos,
florecerán las místicas corolas de los lotos.
El día que me quieras será cada celaje ala maravillosa;
cada arrebol, miraje de "Las Mil y una Noches";
cada brisa un cantar, cada árbol una lira, cada monte un altar.
El día que me quieras, para nosotros dos
"EL DIA QUE ME QUIERAS"... UNA DUDA...
Acaricia mi ensueñoel suave murmullo de tu suspirar,¡como ríe la vidasi tus ojos negros me quieren mirar!Y si es mío el amparode tu risa leve que es como un cantar,ella aquieta mi herida,¡todo, todo se olvida..!El día que me quierasla rosas que engalanase vestirá de fiestacon su mejor color.Al viento las campanasdirán que ya eres míay locas las fontanasme contarán tu amor.La noche que me quierasdesde el azul del cielo,las estrellas celosasnos mirarán pasary un rayo misteriosohará nido en tu pelo,luciérnaga curiosaque verá...¡que eres mi consuelo..!Recitado:El día que me quierasno habrá más que armonías,será clara la auroray alegre el manantial.Traerá quieta la brisa rumor de melodíasy nos darán las fuentessu canto de cristal.El día que me quierasendulzará sus cuerdasel pájaro cantor,florecerá la vida,no existirá el dolor...La noche que me quierasdesde el azul del cielo,las estrellas celosasnos mirarán pasary un rayo misteriosohará nido en tu pelo,luciérnaga curiosaque verá... ¡que eres mi consuelo
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
IMPORTÂNCIA DOS REGISTROS HISTÓRICOS
PRESERVAÇÃO DA HISTÓRIA (ARARANGUÁ)
Sabe-se que tempo houve em que um único município abrangia o extremo sul catarinense: Laguna, onde a imprensa existiu praticamente logo após o primeiro surto desenvolvimentista.
Brito Peixoto, ao deixar impressões da terra que escolhera para situar a futura cidade, já estava divulgando, através de cartas históricas, a região.
Muitos anos depois, em 1880, surgia a cidade de Araranguá (que teve outros topônimos como, Capão da Espera e Campinas), desmembrada de Laguna.
Na velha Araranguá dos fins do século dezenove, surgiram algumas personalidades que tiveram decisiva influência na história, através de escritos deixados e editados definitivamente no ano de 1987.
Uma obra cujo valor histórico retrata pormenores da vida de então, muito embora tenha sido elaborada como singelo “diário” de um telegrafista dos correios e telégrafos.
Seu nome: Bernardino de Senna Campos, nascido no Desterro em 1873, filho de Domingos Gomes Dias Campos e Maria Rosa de Campos.
Todo o acervo deixado por Senna Campos e cedido por descendentes deste, foi cuidadosamente analisado e selecionado pelo saudoso Padre João Leonir Dall’Alba, composto e impresso na Imprensa Oficial e distribuído pela Editora Lunardelli, de Florianópolis.
No exemplar da primeira edição que possuo em minha biblioteca, em manuscrito, na primeira página do pesquisador Dall’Alba:
“Agilmar Machado, você colaborou e incentivou o autor desta obra, melhor dizendo, o organizador. Por isso o reconhecimento do Pe. João Leonir Dall’Alba.
Araranguá, 23/01/87”.
O compêndio do diário de Senna Campos, embora direcionado mais aos fatos ocorridos no seio de sua família - seu trabalho, suas viagens -, acaba abrangendo nomes e fatos marcantes da velha Araranguá, desde sua, já então, intensa vida social, até a ferrenha política gerada antes e pós a proclamação da República.
Em 1904, meu avô – Coronel Bernardino Machado, fundador de Palhoça – após ter sido prefeito nomeado e posteriormente eleito de sua terra natal e deputado constitucionalista, desgostoso com alguns fatos políticos, escolheu Araranguá para viver. Ali construiu sua casa (onde nasci) herdada depois de sua morte por meu “velho” – em 1916.
Meu pai – bem mais novo do que Senna Campos, após ter com este encontrado ao embarcar no vapor Berlink I, encetou longa e conturbada viagem de Florianópolis a Araranguá, tendo então nascido entre os dois uma sólida amizade.
Assim narra Senna Campos o início dessa amizade (“Memórias do Araranguá”, pág.94, ref. dia 24/02/1904):
“...Antes do iate suspender (âncoras) da Prainha (Fpolis), chegou, a toda pressa, a bordo, uma canoa com três pessoas, vindas da cidade, sendo uma delas um moço, de roupa preta, bem trajado.
Vinha solicitar uma passagem para o Araranguá.
Cumprimentando-o, soube chamar-se Manoel Telésforo Machado, que já residia em Araranguá com seu pai, Coronel Bernardino Machado, que fora chefe político de Palhoça.
Residia na vila há um mês.
Tinha ido à Capital fazer exame na Instrução Pública para exercer o cargo de professor naquela vila.
Travamos logo relação e ficamos amigos especialmente por pertencermos à mesma facção política e crenças religiosas, o Espiritismo, que já vinha sendo estudando há tempos e tomado gosto!!!...”
Essa obra compilada pelo Padre Leonir tem 176 páginas, testemunhos isolados de um tempo que, não fora um diligente telegrafista, cairia infalivelmente no ostracismo...
Daí a nossa concepção de publicar tudo o que vivemos a vimos durante os anos passados por aqui.
É uma das mais preciosas heranças culturais que podemos deixar à humanidade:
A HISTÓRIA!
Sabe-se que tempo houve em que um único município abrangia o extremo sul catarinense: Laguna, onde a imprensa existiu praticamente logo após o primeiro surto desenvolvimentista.
Brito Peixoto, ao deixar impressões da terra que escolhera para situar a futura cidade, já estava divulgando, através de cartas históricas, a região.
Muitos anos depois, em 1880, surgia a cidade de Araranguá (que teve outros topônimos como, Capão da Espera e Campinas), desmembrada de Laguna.
Na velha Araranguá dos fins do século dezenove, surgiram algumas personalidades que tiveram decisiva influência na história, através de escritos deixados e editados definitivamente no ano de 1987.
Uma obra cujo valor histórico retrata pormenores da vida de então, muito embora tenha sido elaborada como singelo “diário” de um telegrafista dos correios e telégrafos.
Seu nome: Bernardino de Senna Campos, nascido no Desterro em 1873, filho de Domingos Gomes Dias Campos e Maria Rosa de Campos.
Todo o acervo deixado por Senna Campos e cedido por descendentes deste, foi cuidadosamente analisado e selecionado pelo saudoso Padre João Leonir Dall’Alba, composto e impresso na Imprensa Oficial e distribuído pela Editora Lunardelli, de Florianópolis.
No exemplar da primeira edição que possuo em minha biblioteca, em manuscrito, na primeira página do pesquisador Dall’Alba:
“Agilmar Machado, você colaborou e incentivou o autor desta obra, melhor dizendo, o organizador. Por isso o reconhecimento do Pe. João Leonir Dall’Alba.
Araranguá, 23/01/87”.
O compêndio do diário de Senna Campos, embora direcionado mais aos fatos ocorridos no seio de sua família - seu trabalho, suas viagens -, acaba abrangendo nomes e fatos marcantes da velha Araranguá, desde sua, já então, intensa vida social, até a ferrenha política gerada antes e pós a proclamação da República.
Em 1904, meu avô – Coronel Bernardino Machado, fundador de Palhoça – após ter sido prefeito nomeado e posteriormente eleito de sua terra natal e deputado constitucionalista, desgostoso com alguns fatos políticos, escolheu Araranguá para viver. Ali construiu sua casa (onde nasci) herdada depois de sua morte por meu “velho” – em 1916.
Meu pai – bem mais novo do que Senna Campos, após ter com este encontrado ao embarcar no vapor Berlink I, encetou longa e conturbada viagem de Florianópolis a Araranguá, tendo então nascido entre os dois uma sólida amizade.
Assim narra Senna Campos o início dessa amizade (“Memórias do Araranguá”, pág.94, ref. dia 24/02/1904):
“...Antes do iate suspender (âncoras) da Prainha (Fpolis), chegou, a toda pressa, a bordo, uma canoa com três pessoas, vindas da cidade, sendo uma delas um moço, de roupa preta, bem trajado.
Vinha solicitar uma passagem para o Araranguá.
Cumprimentando-o, soube chamar-se Manoel Telésforo Machado, que já residia em Araranguá com seu pai, Coronel Bernardino Machado, que fora chefe político de Palhoça.
Residia na vila há um mês.
Tinha ido à Capital fazer exame na Instrução Pública para exercer o cargo de professor naquela vila.
Travamos logo relação e ficamos amigos especialmente por pertencermos à mesma facção política e crenças religiosas, o Espiritismo, que já vinha sendo estudando há tempos e tomado gosto!!!...”
Essa obra compilada pelo Padre Leonir tem 176 páginas, testemunhos isolados de um tempo que, não fora um diligente telegrafista, cairia infalivelmente no ostracismo...
Daí a nossa concepção de publicar tudo o que vivemos a vimos durante os anos passados por aqui.
É uma das mais preciosas heranças culturais que podemos deixar à humanidade:
A HISTÓRIA!
domingo, 31 de agosto de 2008
ESTÁ NO "CAROS OUVINTES" DE HOJE
Os astros e as estrelas de nossa constelação
31/08/08 · Comente
O site www.carosouvintes.com.br completa cinco anos de atividade contínua no próximo dia 22 de setembro. A bandeira levantada – A história do nosso rádio não pode se perder no ar – continua sinalizando as galáxias percorridas e a percorrer pelos caminhos do sem-fim.
Neste setembro de 2008 estamos lançando uma nova série em que recuperamos memórias e historias de sonhos acalentados e vidas vividas por quem já não mais está aqui.
Este é um trabalho voluntário iniciado aqui, mas que na sua continuidade dependerá da colaboração de muitos outros voluntários informando, colaborando e incentivando os que tocam o projeto Caros Ouvintes.
O relato simples e direto será feito também por quem viveu, viu e se apaixonou pelo que viu nos exemplos deixados por homens e mulheres notáveis, muitos deles esquecidos ou ignorados por quem deveria cultuá-los.
A apresentação das matérias em texto, foto e áudios – quando os houver – será feita em função dos nomes já pesquisados pelos editores e atuais colunistas colaboradores do Instituto Caros Ouvintes.
Astros e Estrelas da Constelação Catarina começa na próxima edição do boletim (7/9) com uma série de artigos do radialista, jornalista e escritor Agilmar Machado enfocando AL NETO que revive parte da vida profissional de Alfonso Alberto Ribeiro Neto no rádio e na televisão do Brasil, da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Aliás, o lançamento desta série muito deve à dedicação e espírito comunitário de Agilmar Machado que além de escrever e incentivar os companheiros do Caros Ouvintes é também um divulgador deste trabalho pela vasta rede de contatos que mantém em vários países da América Latina, América do Norte e Europa.
Você pode ajudar sugerindo nomes, indicando fontes de referência e também escrevendo para carosouvintes@carosouvintes.com.br
Instituto caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
Cinco anos navegando.
Tim! Tim!
(Obrigado, Amigos da seleta aldeia de "Caros Ouvintes": Severo, Ricardo, Cerri e demais - e valorosos - colaboradores freqüentes desse prestigioso site.
Al Neto é uma referência do jornalismo mundial! Ninguém mais digno de abrir essa honrosa galeria de valores inesquecíveis da nossa imprensa , rádio e TV.
Abraço imenso do Agilmar)
31/08/08 · Comente
O site www.carosouvintes.com.br completa cinco anos de atividade contínua no próximo dia 22 de setembro. A bandeira levantada – A história do nosso rádio não pode se perder no ar – continua sinalizando as galáxias percorridas e a percorrer pelos caminhos do sem-fim.
Neste setembro de 2008 estamos lançando uma nova série em que recuperamos memórias e historias de sonhos acalentados e vidas vividas por quem já não mais está aqui.
Este é um trabalho voluntário iniciado aqui, mas que na sua continuidade dependerá da colaboração de muitos outros voluntários informando, colaborando e incentivando os que tocam o projeto Caros Ouvintes.
O relato simples e direto será feito também por quem viveu, viu e se apaixonou pelo que viu nos exemplos deixados por homens e mulheres notáveis, muitos deles esquecidos ou ignorados por quem deveria cultuá-los.
A apresentação das matérias em texto, foto e áudios – quando os houver – será feita em função dos nomes já pesquisados pelos editores e atuais colunistas colaboradores do Instituto Caros Ouvintes.
Astros e Estrelas da Constelação Catarina começa na próxima edição do boletim (7/9) com uma série de artigos do radialista, jornalista e escritor Agilmar Machado enfocando AL NETO que revive parte da vida profissional de Alfonso Alberto Ribeiro Neto no rádio e na televisão do Brasil, da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Aliás, o lançamento desta série muito deve à dedicação e espírito comunitário de Agilmar Machado que além de escrever e incentivar os companheiros do Caros Ouvintes é também um divulgador deste trabalho pela vasta rede de contatos que mantém em vários países da América Latina, América do Norte e Europa.
Você pode ajudar sugerindo nomes, indicando fontes de referência e também escrevendo para carosouvintes@carosouvintes.com.br
Instituto caros Ouvintes de Estudo e Pesquisa de Mídia.
Cinco anos navegando.
Tim! Tim!
(Obrigado, Amigos da seleta aldeia de "Caros Ouvintes": Severo, Ricardo, Cerri e demais - e valorosos - colaboradores freqüentes desse prestigioso site.
Al Neto é uma referência do jornalismo mundial! Ninguém mais digno de abrir essa honrosa galeria de valores inesquecíveis da nossa imprensa , rádio e TV.
Abraço imenso do Agilmar)
AL NETO (Afonso Alberto Ribeiro Neto) (V)
Como estudioso e perfectivo que sempre foi, Al Neto vislumbrava com frio realismo a dimensão de qualquer problema e, para solucioná-lo, tinha sempre em mira a mais eficaz, lógica e racional estratégia.
Um dia comentei com ele que vinha tendo alguma dificuldade com o método que adotei para a distribuição dos informativos que minha equipe reproduzia e enviava aos órgãos de imprensa, rádio, TVs e líderes comunitários. Isso, porque não tinha meu pessoal uma estatística quanto à receptividade da matéria que emitíamos diariamente, retratando os trabalhos administrativos.
Sem rodeios, a guisa de resposta, fez-me uma indagação que achei – à primeira vista – desconcertante: “Machado, quantas vezes jogaste meu comentário no lixo quando trabalhaste em rádios e jornais?”.
Procurei “manter a linha”, porém retrucando com firmeza e sinceridade: “Dr.Al Neto, sua pergunta deve ter um fundamento muito lógico e certamente é fruto de uma experiência ida e vivida em sua longa caminhada profissional.
Pois na verdade, como sempre compus equipes consideradas de bom padrão, invariavelmente achávamos que a produção da equipe por nós composta, sem apelar para matérias de terceiros, por todos os tempos conotou a nossa marca. Redigíamos um jornal falado de meia hora, em menos de hora e meia ou duas horas; um comentário local ou regional de cinco minutos, em não mais que meia hora, por profundo que fosse o tema...”
Ele atalhou: “Sua resposta, muito bem colocada, diz tudo: você foi dos que jogaram minhas malas-diretas no cesto de lixo. Joguei com esse risco por muitos anos, especialmente quando remetia os primeiros exemplares de meus trabalhos a um determinado órgão de divulgação. Havia redatores que não aceitavam aquele “rocambole” de várias laudas escritas e nem sequer abriam para conhecer o conteúdo... Mas eu continuava remetendo, até que – lá um dia – o redator de plantão estivesse possuído de uma “indisposição” (preguiça!) natural... Então ele resolvia finalmente ver o que havia naquele calhamaço que semanalmente chegava as suas mãos, quando ele, mirando o lixo, ainda afinava os ouvidos para ver o toque do “rolinho” no fundo da cesta... Então, lia, achava interessante e, como qualquer outro na mesma situação, passava a analisar o material e publicá-lo constantemente... Experimente isso, meu caro secretário: não desista jamais. Continue remetendo mil exemplares, dos quais mais da metade será nos primeiros meses simplesmente desperdiçada... É uma espécie de “aplicação a médio prazo, entendes? Bem, mas agora vamos ao chazinho da tarde, senão os passarinhos vão acabar chegando antes de nós sob o flamboyant...”
***********
Naquele mesmo fim de tarde voltamos à sala principal da casa da estância, a cuja direita ficava a rica biblioteca e escritório de Al Neto.
Os móveis eram invariavelmente pesados, de cor escura e havia muitos objetos por todos os lados. Ele observava que eu sempre olhava, detidamente, tudo aquilo sem nada exteriorizar e neste dia respondeu à minha curiosidade: “Há muito móvel centenário por aqui, desde os tempos dos meus avós. No entanto, cada coisa que é aqui posta tem uma utilidade prática ou um sentido sentimental para nossa família...” e olhou à parede posterior, onde estava a tela retratando sua saudosa mãe...
Um dia comentei com ele que vinha tendo alguma dificuldade com o método que adotei para a distribuição dos informativos que minha equipe reproduzia e enviava aos órgãos de imprensa, rádio, TVs e líderes comunitários. Isso, porque não tinha meu pessoal uma estatística quanto à receptividade da matéria que emitíamos diariamente, retratando os trabalhos administrativos.
Sem rodeios, a guisa de resposta, fez-me uma indagação que achei – à primeira vista – desconcertante: “Machado, quantas vezes jogaste meu comentário no lixo quando trabalhaste em rádios e jornais?”.
Procurei “manter a linha”, porém retrucando com firmeza e sinceridade: “Dr.Al Neto, sua pergunta deve ter um fundamento muito lógico e certamente é fruto de uma experiência ida e vivida em sua longa caminhada profissional.
Pois na verdade, como sempre compus equipes consideradas de bom padrão, invariavelmente achávamos que a produção da equipe por nós composta, sem apelar para matérias de terceiros, por todos os tempos conotou a nossa marca. Redigíamos um jornal falado de meia hora, em menos de hora e meia ou duas horas; um comentário local ou regional de cinco minutos, em não mais que meia hora, por profundo que fosse o tema...”
Ele atalhou: “Sua resposta, muito bem colocada, diz tudo: você foi dos que jogaram minhas malas-diretas no cesto de lixo. Joguei com esse risco por muitos anos, especialmente quando remetia os primeiros exemplares de meus trabalhos a um determinado órgão de divulgação. Havia redatores que não aceitavam aquele “rocambole” de várias laudas escritas e nem sequer abriam para conhecer o conteúdo... Mas eu continuava remetendo, até que – lá um dia – o redator de plantão estivesse possuído de uma “indisposição” (preguiça!) natural... Então ele resolvia finalmente ver o que havia naquele calhamaço que semanalmente chegava as suas mãos, quando ele, mirando o lixo, ainda afinava os ouvidos para ver o toque do “rolinho” no fundo da cesta... Então, lia, achava interessante e, como qualquer outro na mesma situação, passava a analisar o material e publicá-lo constantemente... Experimente isso, meu caro secretário: não desista jamais. Continue remetendo mil exemplares, dos quais mais da metade será nos primeiros meses simplesmente desperdiçada... É uma espécie de “aplicação a médio prazo, entendes? Bem, mas agora vamos ao chazinho da tarde, senão os passarinhos vão acabar chegando antes de nós sob o flamboyant...”
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Naquele mesmo fim de tarde voltamos à sala principal da casa da estância, a cuja direita ficava a rica biblioteca e escritório de Al Neto.
Os móveis eram invariavelmente pesados, de cor escura e havia muitos objetos por todos os lados. Ele observava que eu sempre olhava, detidamente, tudo aquilo sem nada exteriorizar e neste dia respondeu à minha curiosidade: “Há muito móvel centenário por aqui, desde os tempos dos meus avós. No entanto, cada coisa que é aqui posta tem uma utilidade prática ou um sentido sentimental para nossa família...” e olhou à parede posterior, onde estava a tela retratando sua saudosa mãe...
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