sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
A VISITA INTERROMPIDA
Attahualpa César Machado, ou apenas “César Machado”, como era conhecido e tratado pelos amigos mais íntimos, teve uma convivência estreita com a extraordinária cultura do velho advogado e excelente professor, pai, avô, bisavô, amigo e maçom, Manoel Telésforo Machado.
Parece que o velho artesão da cultura, da forma exigente de expressão, cujos princípios pessoais e profissionais não admitiam deslizes – em toda a sua mais apurada essência – designou ao então jovem César, seu filho mais velho após a morte de Aderbal Telésforo em 1943, toda a excepcional e valiosa herança: fazer do segundo filho varão a sua imagem, semelhança e segmento.
Foi o único a confabular “de bigode a bigode”, sem restrições com a “velho” até 1959, ano da partida do sempre lembrado causídico. Dele recebeu todas as lições mais apuradas, a sabedoria mais pura e o destemor que o caracterizou, pela vida em fora.
Essa, em rápidas pinceladas, a caracterização da formação de César Machado que, depois, de forma sempre eloqüente passou a transferir todo seu manancial de incrível sapiência aos seus irmãos, filhos e amigos mais íntimos.
César, precursor de toda a família nas lides com a comunicação, exerceu tal influência em todos os seus irmãos que, confiantes em suas lições e incentivo, adotaram o mesmo e envolvente ofício das letras, do labor diuturno em rádios e jornais, da literatura.
Sem condições de levar muito avante esse pequeno relato-homenagem que faço neste momento difícil de aceitar uma realidade irreversível – a morte – César, nosso sempre querido irmão (para mim duplamente, pois foi exemplo de respeitável Ir:. M:.I:. em Maçonaria), partiu neste último 15 de janeiro...
Deixou o exemplo de dignidade que adotou como norte de sua vida, aceitando, muitas vezes com a resignação de quem é doutrinado para tal, múltiplos revezes em sua vida que se prolongaria aos oitenta anos no próximo dia 20 de junho, data que a vontade do Grande Arquiteto não quis que ele a alcançasse.
Sábado, amanhã, dia 17, ele se deslocaria de Florianópolis – onde residia e faleceu – até minha casa para uma reunião entre irmãos, filhos, noras, cunhadas e sobrinhos.
O G:.A:.D:.U:. determinou uma contra-ordem: Ele chamou César um pouco antes de nos dar a oportunidade de abraça-lo, com carinho, pela última vez...
“Somente morrem realmente os que são esquecidos”. Meu caro mano (hoje no Oriente Eterno): dentre nós jamais morrerás..
Como desejaste em vida, tuas cinzas estão juntas com os restos mortais daquele que, enquanto viveu, foi teu pai e confidente.
Adeus, velho e querido mano.
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