quarta-feira, 22 de outubro de 2008

PARECE QUE FOI ONTEM...

Ao Maestro Zezinho

(Por Agilmar Machado)

Num dia longínquo uma rádio no sul vivia a continuação do sucesso de audiência que alcançaria por muitos anos, quando surgiu a oportunidade de se organizar, além de uma pesada programação jornalística e esportiva, também amenos programas, num pequeno auditório de um estreito prédio da Rua Rui Barbosa (n.149), tudo ao vivo.

Não eram cartazes então de fama estadual ou nacional que enfeitavam o pequeno palco, manuseando, como gente grande, seus afinados instrumentos. Eram apenas meninos, mais precisamente irmãos. Uma família de veia artística incomparável para a idade que tinham, e não só isso, conseguindo elevar – de forma surpreendente - o número de correspondências chegadas para seu programa.

Na cabeça, a figura esbelta de um cidadão de rara dignidade, qualidade tão expressiva quanto sua cativante humildade de chefe de família exemplar.

Um filho varão liderava o grupo artisticamente, como se os instrumentos em suas mãos fossem como hoje seria um teclado de computador a nossa frente (naquele tempo, máquina de escrever): criando novos caminhos, nuanças e tons para a arte sua e dos demais irmãos. E os maviosos tons nasciam diferentes do convencional: mais puros, mais melodiosos, quase divinos!

Mas esses meninos (e para nós eternos meninos...) foram crescendo celeremente, física e artisticamente, como todos os que se lançam com competência e gosto pela música ou por qualquer outro modo de fazer bem feito aquilo a que se propõem.

Pois foi assim que nasceram e se criaram, sob o olhar orgulhoso do “velho” Ribeiro, os componentes de um dos mais renomados conjuntos brasileiros: o Stagium.

E o pequeno Zezinho, hoje zeloso chefe de família (depois de perder sua primeira esposa, a saudosa Nívea), como os velhos vinhos portugueses da mais elevada casta, jamais parou de se tornar cada vez mais apreciado, crescer como artista e igualmente como honrado cidadão.

Foi e continua sendo, cada espetáculo de Zezinho Ribeiro – o Maestro Zezinho –, algo contagiante e marcado pelo infalível sucesso.

Escrevo tudo isso às vésperas de mais uma das gloriosas e aplaudidas apresentações do Stagium no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho), em Florianópolis.

Para mim, parece continuar vendo o Ribeiro e seus filhos no auditório restrito da Rádio Eldorado de Criciúma, já fazendo magias com os seus instrumentos.

Um abraço carinhoso aos meninos do “seu” Ribeiro, meu sempre querido amigo.

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