quarta-feira, 8 de outubro de 2008

AL NETO (AFONSO ALBERTO RIBEIRO NETO) - FINAL

Seria inverossímil afirmar que Al Neto, tendo servido ao órgão central de notícias e análises jornalísticas dos Estados Unidos, tivesse capitalizado somente fiéis amigos e incondicionais admiradores do seu trabalho.

Como também seria utopia dizer-se que seu trabalho não mereceu minuciosas análises dos países chamados “da cortina de ferro”, seguidores de regimes literalmente adversos aos pontos de vista que ele defendeu por longos anos na imprensa.

São esparsos os registros de críticos antagônicos ao trabalho de Al Neto, porquanto, à época, as publicações “do lado de lá” simplesmente não eram divulgadas por aqui.
Mas Al Neto, em que pesem esses “inimigos” anônimos, na nossa análise sempre cumpriu, minuciosa e fidedignamente, o seu prestigiado ofício.

E nem precisaria ter o “status” de Al Neto como comentarista analítico para conseguir arranjar, gratuitamente, muitas vozes divergentes a suas convicções.

Nós próprios, jornalistas provincianos que sempre fomos, jamais conseguimos atender a todos os gostos e nem sequer nos enquadrarmos de forma literal com todos os nossos leitores/ouvintes.

Uma simples crítica no rádio ou no jornal, sempre afetava algum sentimento ou autoridade atingida pelas nossas observações. Especialmente pelo nosso estilo nada “dócil” de criticar.

De qualquer forma, Al – que hoje perenemente tem seu nome lavrado no livro dos mais reconhecidos pela função que exerceu por aqui – jamais pecou pela insensatez.

Como qualquer profissional de elevado nível, fez jus ao que recebeu pelo seu trabalho, tendo especialmente deixado saudades infinitas aos que privaram da sua amizade.

Tivemos muita honra de pertencer ao seu seleto círculo de amigos, de forma desinteressada e elevada.

Sua honrada família segue levando adiante tudo o que ele preconizou para sua querida Estância do Pinheirinho, patrimônio centenário não somente como empreendimento material, mas especialmente motivada pela sempre terna lembrança dos ancestrais da ilustre família lageana.

Quando, ao saber do seu falecimento, redigi meia página de um jornal de Criciúma, confesso que o fiz com um nó na garganta e com o coração cingido. Impossível evitar uma lágrima num momento desses, mesmo considerando os 83 anos que o velho e respeitável advogado, jornalista e empresário atingiu.

Afinal, amizade não tem idade e jamais nos conformamos com a perda de uma personalidade que nos foi tão cara e próxima por tanto tempo.

Despeço-me desta série sobre alguns aspectos da vida e da personalidade marcante de Al Neto, agradecendo a todos os que a acompanharam.

Se me restar tempo ainda, um dia desejo ir a Estância do Pinheirinho e depositar, sobre a lápide de Al Neto, uma beleza natural que ele tanto amou: uma flor que simbolize o cinco (5 em Flor) que marcou tão profundamente sua vida.

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