sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O PIQUENIQUE DAS TARTARUGAS

"Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.

As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio.

Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal.

Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar à casa e pegar o sal, por ser a mais rápida.

A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou.

Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse.

Três anos se passaram... seis anos... e a pequenina não tinha retornado.

Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha, já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.

Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:

- Viu, só ??? Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal !!!

-x-x-x-x-x-x-

Em nossas vidas as coisas acontecem mais ou menos da mesma forma.

Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas, do jeito que achamos que elas devem ser para nos agradar.

Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de escrever nossa própria História.

Como disse Mário Quintana: 'O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso'.

Viva sua vida e deixe de se preocupar com a opinião e o interesse dos outros por você.

O sucesso parece estar ligado à ação, ou seja: pessoas bem-sucedidas mantêm-se ativas. Elas até cometem erros, mas não desistem nunca".

(texto extraído da 'Revista Crescimento Pessoal e Motivação')

BLOG NORMAL

SANTA JACQUE:

GRAÇAS A OPORTUNA E PRESTATIVA INTERFERÊNCIA DA "SANTA JACQUE", MINHA ESTIMADA JACQUELINE BULOS AISEMANN, ESTE BLOG ESTÁ AGORA (E FINALMENTE, UFA!) RECEBENDO MENSAGENS NORMALMENTE.

É SÓ CLICAR NO FINAL DE CADA MENSAGEM, NO ÍCONE CORRESPONDENTE À MESMA, E ESCREVER.

...E FOI PRECISO A SOLUÇÃO VIR DE GENEBRA, SUIÇA... COISA DE MUNDO MODERNO!!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

HISTÓRIA DA TELEFONIA

FRAGMENTOS HISTÓRICOS

Implantação dos telefones
O telefone apareceu no Brasil após visita de Dom Pedro II ao Centenário do Estados Unidos, em 1876.
No na seguinte foram estabelecidas normas para a implantação do sistema e em 1879 o Imperador concedia espaço para a exploração da atividade.
O governador catarinense Adolfo Konder empenhou-se para trazer a Santa Catarina o novo sistema, sendo implantado em 1930 em Florianópolis.
Oito anos antes Porto Alegre já possuía telefones.
O prefeito de Criciúma inicia conversações para obtenção do telefone em Criciúma, ligando a cidade a Tubarão.
Em agosto de 1937 era instalada uma central com 50 aparelhos no Edifício Filhinho, onde é hoje o Café São Paulo, no coração da cidade.
O primeiro aparelho foi instalado no Hotel do Comércio, sendo que a primeira pessoa a atender uma chamada, na ausência do prefeito Elias Angeloni, não encontrado no momento da primeira chamada, foi o historiador Pedro Milanez.
Os 50 aparelhos de Criciúma eram movidos à manivela.
A telefonista Malvina atendia e conectava com o número interessado.
Era um sistema deficiente, caro e sem muita utilidade. Em 1951 o jornal Folha do Povo publica um contrato para quem quisesse adquirir um aparelho.
A ineficiência do serviço telefônico ocorria porque oferecer serviços de telefonia exigia, entre outras coisas, fôlego financeiro para ampliar e melhorar a rede telefônica. Mas a Companhia Catarinense, uma empresa privada, objetivava em primeiro lugar o lucro, sem no entanto, melhorar qualidade das ligações.
Se a ligação fosse para fora da cidade não havia previsão de quanto tempo seria necessário para completá-la.
Em finais de 1962 já haviam se passado quase dois anos desde a fundação da Companhia Telefônica Criciumense, órgão que gerenciava o sistema na cidade. A empresa lidava com várias dificuldades e com a cobrança dos usuários pela melhoria dos serviços e a instalação dos telefones automáticos.
Os automáticos apenas propiciavam mais rapidez nas ligações, já que não se dependia mais da intervenção da telefonista para efetuar ligações municiais. No entanto, na década de 1960, a maior reivindicação de vários setores urbanos era simplesmente possuir um telefone, já que não havia lugares na mesa telefônica para comprar.
Em 1965, havia espaço para 230 ramais, instalados nas casas mais abastadas.
O jornal Tribuna Criciumense questionava o porquê da falta de aparelhos em Criciúma.
O fato é que a Companhia Criciumense de Telefones não possuía capital para empatar na compra de uma central maior. Alem desse motivo, havia dois outros fatores que dificultavam a ampliação da rede de telefones em Criciúma: para ampliar a mesa telefônica só adquirindo uma nova, com capacidade para mil telefones e, para muitos o pagamento seria fácil, porém, para a maioria seria oneroso demais.
Como seria possível para CCT disponibilizar mil novos aparelhos na cidade, sem conseguir aumentar o número de assinantes dispostos a contribuir com a elevada prestação mensal?
Outro entrave era a correção monetária, que aumentava mais o custo.
Em novembro de 1966, Wilson barata viaja ao Rio de janeiro a fim de firmar, junto ao Contel e à firma Brickson, o contrato para compra de nova central.
Com o acordo firmado, veio a Criciúma um engenheiro para verificar a localização da nova mesa e assim determinar algumas diretrizes para a elaboração da nova sede da Companhia Criciumense de Telefones.
Em 1967 a família Ganzo detinha o controle dos serviços telefônicos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Essa prática de concessão da telefonia a particulares não existia mais nos demais estados brasileiros.
Comprar uma nova central exigia muitos recursos e foi comprada então uma central usada, mas em bom estado, da cidade de Santos.
Em 1967 ainda, já instalados ma nova sede ao lado dos Correios, um sistema com bateria punha a funcionar uma mesa com capacidade para mil aparelhos.
Em 1970 o governo federal cria novas políticas relativas á telefonia, estatizando o sistema, encampando a Companhia Telefônica Catarinense, passando-a à Telesc.
O sistema somente foi privatizado no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, propiciando salto tecnológico e democratizando o acesso, inclusive de telefonia móvel.
Atualmente o Brasil tem mais telefones celulares que fixos.

(Fonte: Adriana Fraga Vieira - Boletim da Câmara Municipal de Criciúma-SC)

DO GÊNIO CHARLES CHAPLIN

O Caminho da Vida

"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela.

A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.

Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.

Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura.

Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido".

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)

Charles Chaplin

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

AOS MEUS PÓSTEROS

HISTÓRIA DE UMA VIDA (II)

O Grupo Escolar David do Amaral ficava localizado no final da Avenida Getúlio Vargas (Araranguá), quando esta se prolongava somente até a descida para o bairro Urussanguinha, na parte alta da cidade.

Ali iniciei meus estudos primários e depois complementar.
Concomitantemente entrei para o Grupo de Escoteiros, começando como "lobinho", pois não chegara ainda aos oito anos de idade.
Depois das aulas havia duros treinamentos, tendo como instrutor, Alyrio Silva, e Carlos Hugo Stokler de Souza (filho do então interventor municipal, Tenente Rui Stockler de Souza e de dona Ondina), como monitor.

Não bastassem todas essas atividades, a mim cumpria "fazer as voltas" de casa (visto que dois anos depois de mim nascera uma menina) : pela manhã, padaria do Zé Guidi e Açougue do Quirino, antes de ir para a aula. No período da tarde, papai me incumbia de "passar" os telegramas e postar cartas na agência dos Correios e Telégrafos (com seu Janga ou seu Mingote), além de comprar selos para suas petições e demais documentos, na coletoria cujo titular era um velho italiano chamado Santi Vaccari.

Tudo isso não me impedia, ainda, de desenvolver meus projetos particulares, ao completar oito anos.

Certo dia cheguei em casa com uma velha bicicleta Wanderer (alemã), aro 26, em sofrível estado (pois já havia sido encostada há muito tempo no "aluguel" de bicicletas de Elane Garcia, depois de "britada" por centenas de clientes).
Papai, que não dava moleza e foi logo perguntando de quem era "aquilo".
Eu, extremamente orgulhoso, enchendo o peito, retruquei: "É minha"!
Entre meio abismado e desconnfiado, o "velho" continuou sua implacável "inquisição": "Como sua? Com os trocados que você recebe por semana, nunca conseguiria comprar isso ai! Explique-se melhor.
Não tive como esconder e abri o jogo para o "velho", tirando de uma sacola um macacão de mecânico besuntado de óleo e pó: "estou há um mês trabalhando nas oficinas da Transportes Araranguaense (empresa de Apolônio Ireno Cardoso, Bernardino e Ari Máximo da Silva, que detinha as linhas de ônibus interioranas, posto de gasolina (Texaco), ambos os setores dirigidos por Osvaldo Zin; fábrica próppria de carrocerias dirigida por um alemão chamado Urbano, além de uma imensa oficina mecânica de serviços gerais, onde eu trabalhava (privilegiadamente) ao lado de Pedro Laurindo, na seção de recondicionamento de motores (minha paixão, até o mano Ariovaldo me levar para a Rádio Eldorado de Criciúma, em 1949.
O "velho" estava estático, porém, com um semblante de orgulho com o que constatava, embora não fosse exatamente aquela vida que ele desejasse para seus filhos.
Comecei esmerilhando válvulas e, durante os anos que se seguiram, passei a conhecer muito de motores e mecânica em geral.
Pedrinho Laurindo era uma sumidade em sua especialidade, tendo inclusive rejeitado convite da Ford para montar motores em São Paulo!

Pagavam-me 500 "pilas" por mês. Meu primeiro mês de trabalho já acabara aplicado na velha Wanderer que me proporcionou mais incômodos do que prazeres...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

RAÚL BORDALE - CANTOR INTERNACIONAL DE TANGOS

Agradecimiento tanguero

De:
rbordale

Para:
agilmar.machado@bol.com.br

Assunto:
agradecimiento tanguero

Sr.Agilmar Machado.

Quiero agradecerle mi enclusión dentro de su acabada exposición referente al TANGO,en una pagina de internet,por ahora voy a dejarle mi endereço de São Paulo que es donde vivo actualmente aunque soy nacido en Lincoln,Pcia.de Buenos Aires y criado en nuestra capital.

Saludos,

Raúl Bordale

LIVROS

Livros
De:
">Mario Luiz Fernandes
Para:
agilmar.machado@bol.com.br
Assunto:
Livros
Data:

Caro Agilmar:


Sou professor do curso de Jornalismo da Univali e gostaria de saber como adquirir seus livros A História da Comunicação do Sul de Santa Catarina e Os 150 anos da Imprensa Catarinense, uma vez que não consigo encontra-los nas livrarias de Itajaí.

Grato pela atenção.

Mario Luiz Fernandes

(Mário Luiz: aconselho-te a procurar o meu mano Aderbal, jornalista em Balneário Camboriu, que parece que tem alguns números a mais do livro por ti procurado. Caso contrário, o Mercado Livre está vendendo, via internet, como usados. A edição normal está esgotada, infelizmente... Grato e abraços do Agilmar)

SOBRE "EL TANGO EN EL BRASIL"

Pesquisa sobre tango no brasil

De:
">Filipe da Silva Alberti

Para:
agilmar.machado@bol.com.br

Assunto:

Pesquisa sobre tango no brasil

Olá Agilmar, tudo bem?
Sou aluno da ECA-USP, licenciatura em música, e estou começando um projeto sobre o tango no Brasil.
Pesquisando na internet achei um texto seu, Tango no Brasil, parece que estava vinculado ao site TODOTANGO, achei bem interessante pela listagem dos grandes nomes que perteceram ao cenário, no Brasil.
Lá você fala sobre o Carlos Lombardi, gostaria de saber se ele ainda está vivo mesmo, se teria como eu entrar em contato com ele, como vou falar também sobre como o tango tomou conta da paisagem sonora brasileira, tanto em audições em disco com em apresentaçõe ao vivo, seria muito interessante poder falar diretamente com um personagem que participou e viveu intensamente a época.
Me parece que você também é um estudioso do assunto, se você se interessar poderia te mandar o esboço do meu projeto e assim realizar algumas discussões. Aguardo resposta.

(Caro Felipe: Já respondi tua pergunta por e-mail. Mas para os demais leitores, devo dizer que, lamentavelmente, o grande Carlos Lombardi faleceu há poucos anos. O impecável cantor – por muitas vezes – arrancou entusiásticos aplausos cantando tangos na cidade de Buenos Aires. Um abraço).

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

PP-RUT (IV)

Para:
machado.agilmar

Assunto:

Lembranças do Varelinha

Data:
14/03/2007 13:54

Sou sobrinho de Alba Medeiros Varella, viuva do Varelinha.

Um dos acidentes do tio Newton aconteceu em Ilhota Grande, distrito de Tubarão, onde eu morava quando criança. Ví quando o PP-RUT veio ao chão após tres tentativas de decolar em uma cancha reta.

Atualmente moro em Buzios RJ.,e por acaso descobri mais uma das aventuras do tio.

Como não consegui imprimir pediria a gentileza em me enviarem por e-mail a façanha da salvação do jovem de Urussanga. Se puderem colaborar comigo desde já agradeço.

José Arquimedes N,Medeiros

(José Arquimedes: logo ai abaixo você vai finalmente encontrar toda a bela e heróica história de seu tio, Newton Varela. Tive problemas de tranferir do site da Academia de Letras, que possui um forte sistema de segurança para as matérias publicadas)

PP-RUT (III)

Senhor Agilmar, que bom saber que tenhas gostado da notícia do queridoRUT. 30 anos?

Eu tinha exatamente 1 ano de idade.

Eu sou muito saudosista eessas histórias me fascinam.

O PP-RUT continua lá, firme e forte estampado na fuselagem daquele que é um dos mais conservados Paulistinhas em atividade no Brasil (se não for omais conservado).

Será uma honra enviar fotos para que o Sr. possa rever o RUT.Um grande abraço,

Gerson

PP-RUT (II)

Respeitável Comandante Gerson: recebí, com imensasatisfação, as notícias sobre o sempre querido PP-RUT,cujas lembranças ainda estão bem presentes (...e lá se vão EXATOS 30 anos...) bem como de seu saudosoproprietário inicial, o Varelinha.
É claro que ficariagratíssimo se fosse obsequiado com uma ou mais fotos do nobre paulistinha, cujos relevantes serviços continuamsendo prestados (como um desígnio incomum para umsimples avião).
Ainda estampa o PP-RUT na barriga ?
Um grande abraço, com toda a consideração do Agilmar

PP-RUT - (I)

PP-RUT
De:
">Gerson Silva
Para:
agilmar.machado@bol.com.br
Assunto:
PP-RUT
Data:

24/10/2003 02:10

Senhor Agilmar, muito prazer, meu nome é Gerson Silva sou piloto comercial e proprietário de uma Escola de Aviação no Rio de Janeiro e lendo a sua crônica sobre o Paulistinha PP-RUT, gostaria de informar-lhe que o mesmo continua na ativa, firme e forte. O proprietário da máquina é um Coronel Reformado da FAB (Cel.Av. R/R Márcio Carneiro) que agregou ao Aeroclube de Nova Iguaçu para vôos de instrução. Informo-lhe ainda que o "bichinho" está tinindo. Muito bonito e muito bem conservado. Se o Sr. desejar, lhe envio fotos do RUT, pois estarei lá em Nova Iguaçu neste sábado.

Um grande abraço,

NEWTON VARELA

Ícaro do Sul
(A NEWTON VARELLA)

(Por Agilmar Machado, da Academia Criciumense de LetraS, patrono e ocupante da Cadeira n.21)


O mais famoso avião particular da região sul catarinense, nas décadas de 50/60, pertencia ao então Juiz de Direito, exímio piloto e instrutor de pilotagem aérea, Newton Varella, o Varelinha.O prefixo que seu elegante “paulistinha” ostentava era PP-RUT.
Sua influência buscou esse prefixo em homenagem à dona Ruth Varella.O nome de Varelinha marcou época na história da aviação no sul catarinense, pelos seus meritórios princípios.Tendo servido, como juiz, em várias comarcas da região sul catarinense, por onde passou, Newton Varella sempre devotou especial carinho e atenção à aviação civil.Inúmeros são os pilotos que obtiveram brevês, graças aos completos e precisos ensinamentos de Varelinha. Dentre outros, podem ser enumerados: Dite Freitas, Adamastor Rocha, Waldir Neves, Frederico (Lila) Casagrande (Criciúma), Omero Clezar, Manoel Salvato (Nelinho), Edgar Orige (Araranguá), José Trento e Aurélio Trento (Urussanga), além de tantos outros que prestaram relevantes serviços à comunidade, com seus pequenos aviões.José Trento foi continuador da obra de Varella na região de Urussanga, por volta de 1953, quando este deixou aquela Comarca, ministrando aulas de pilotagem num improvisado campo de pouso localizado numa propriedade de Estação Cocal.
Na verdade uma pastagem de relativas proporções gentilmente cedida pela família Meneghel onde, antes de cada procedimento de pouso ou decolagem, cumpria ao próprio piloto ou aspirante espantar o gado para um só lado da propriedade, deixando livre o trilho já definido pelos pneumáticos dos vários paulistinhas que ali operavam.Quando em terra taxiava-se pelo pasto para repontar os bichos; se no ar, os rasantes eram a única forma de fazê-lo.Com a saída de Newton e, conseqüentemente, de seu eficiente e sempre disponível Rutinha, foi doado ao modesto aeroclube de Urussanga um aparelho que prestara serviços de instrução na entidade congênere de
Itajaí. Estava “no osso”.
Com os conhecimentos mecânicos de José e Aurélio Trento, o avião foi todo reformado, não sem antes terem alguns aventurado voar nele da forma que chegou: motor “baleado”, fuselagem toda remendada com adesivos, circuito elétrico comprometido e sistema de combustão bastante deficiente: em alguns pontos dos condutos mechas eram usadas para sanar vazamentos.A bóia do reservatório de combustível não funcionava: tinha-se que usar uma varinha qualquer para medir a gasolina e se ter certeza de que havia reserva suficiente pelo menos para alguns minutos no ar. Era um potencial gerador de panes, até então.Varella era natural de Laguna. Ao se aposentar, estagiou por um considerável período como observador brasileiro junto à NASA.Depois de cair 28 vezes, ele, como José Trento, vieram a falecer em acidentes rodoviários... Ironia do destino!

HONRA AO MÉRITO

A Standard Oil do Brasil (ESSO), conhecida multinacional de petróleo e derivados por muitos anos manteve nas rádios, Farroupilha, de Porto Alegre, Tupi, de São Paulo, Nacional, do Rio de Janeiro, dentre poucas mais do norte e nordeste brasileiro, o famoso noticiário “Repórter Esso”.Herón Domingues, gaúcho de São Gabriel, foi, indubitavelmente, o mais correto apresentador do impecável noticioso, na Rádio Nacional, além de ter chegado à direção da privilegiada emissora estatal com a saída de Vitor Costa.A ele foi confiado um famoso quadro-homenagem, na emissora, do conceituado patrocinador (ESSO), que constituía na outorga periódica de medalhas de ouro de Honra ao Mérito, a brasileiros que notoriamente se destacassem de alguma forma muito especial.Foram relativamente poucos os aquinhoados com tal distinção já que precedia a escolha dos contemplados uma minuciosa pesquisa e acuradas análises procedidas por uma rígida comissão de julgamento.Newton Varella foi um dos mais comentados agraciados, especialmente pelo motivo que o levou a ser selecionado para a honraria, tendo merecido uma ampla cobertura na inesquecível festa de entrega, frente a destacadas autoridades nacionais, na cidade do Rio, então capital federal.Naquele tempo as operações aéreas noturnas nesta região simplesmente inexistiam, pela carência de segurança nos campos de pouso e, no caso dos aviões menores, pela precariedade dos próprios equipamentos de vôo.O teco-teco, como era chamado carinhosamente o popular monomotor paulistinha, possuía apenas manche, cabo de aceleração, altímetro e controle de combustível por gravidade. O tanque ficava localizado exatamente à frente do pára-brisa, no nariz do avião, com uma bóia de cortiça na parte interna do reservatório, ligada por um filete de aço à parte superior externa.Na extremidade superior uma bolinha vermelha (como bóia de pesca), marcava a disponibilidade de combustível, na base do “olhômetro”...É evidente que, com equipamento dessa rudimentar categoria, seria humanamente impossível procedimentos de subida ou descida em qualquer aeroporto, durante a noite.Mas Varella nunca acreditou no impossível, enquanto pilotou seu avião. De todas as 28 vezes que veio ao solo em “queda livre”, somente um osso de costela quebrado foi o saldo dos acidentes sofridos.Ria-se, contando somente episódios positivos, até de suas quedas! Ele não soube somente voar; foi exímio também em cair... com proverbial competência!Aos discípulos prevenia freqüentemente durante as informais aulas teóricas e mesmo em vôo: “em caso de pane irreversível, quando a última esperança abrir a sanefa e cair fora, façam de conta que vocês são compostos unicamente de cabeça e espinha dorsal: protejam essas duas partes da carcaça. O resto deixem quebrar que tem funilaria lá em baixo prá remendar”.

SOLIDARIEDADE HUMANA

Quando ainda em Urussanga, certa noite Varella foi acordado por uma aflita mãe cujo filho tinha, bloqueando a traquéia, uma semente de melancia. Estava à beira da morte.Os recursos médicos da região haviam sido esgotados.A única alternativa era levar o paciente para São Paulo, onde poderia ser operado. Mas para isso havia um restrito prazo. Cada minuto se fazia precioso, pois poderia ser o último.Solicitado, Varelinha não teve dúvidas: reuniu seus inseparáveis amigos, irmãos José e Aurélio Trento e Padre Agenor Neves Marques, para que iluminassem o irregular potreiro do Meneghel.Três automóveis seguiram para lá e se postaram estrategicamente em ambas as cabeceiras da pista improvisada.Somente Varella e o menino agonizante, ocupavam os dois únicos bancos do pequeno Paulistinha.Noite fechada. Ar pesado. Expectativa. Apreensão. Olhares se cruzavam, preocupados.Parece que contrariando tudo isso, ali estava o Rutinha, focinho ligeiramente empinado, com um ar de arrogância, aguardando orgulhoso e impassível sua missão: acionado o “start”, um facho de fumaça-rica explodiu luminoso, expelido pelos escapamentos laterais.Sorte lançada: destino final, São Paulo.
Sem iluminação alguma a não ser a tênue luz do painel a aeronave logo rasgou o espaço e sumiu na densa escuridão.Na lembrança dos que presenciaram a subida, ficou, por alguns minutos, o roncar firme exibindo a saúde do confiável motor Continental que equipava o valente PP-RUT, o Rutinha, como era carinhosamente chamado.É claro que, ao invés de uma vida, a partir daquele momento extremo, duas muito preciosas estavam em jogo com um mínimo percentual de chance de sobrevivência para ambas. Até o mais inexperiente aluno era capaz de avaliar a gravidade do momento.Por isso a apreensão dos que ficaram, foi evidente, especialmente pelo que Varelinha representava para todos; porém, se dependesse de sua coragem e competência ele era capaz de tentar a façanha até de planador, não fosse a longa distância que o desafiava.Na escuridão que se seguiu logo após a subida houve quem comentasse, a título de “consolo”, que, se o pior viesse a acontecer, Varella se despediria do mundo certamente como mais almejava (se tivesse escolha): empunhando o manche de seu avião.Até por que ele era mais que um simples piloto, era um mito da aviação civil no interior do Brasil.
Seu nome foi uma lenda viva, infinitamente maior como aviador, do que como Magistrado.Tomou a rota marítima, guiado pelas constelações e eventuais cidades litorâneas que conhecia a fundo, até pelos escassos luminosos de néon que eventualmente possuíssem.Para abastecimento, programou o primeiro pouso em Florianópolis, onde não teve problemas devido à quase total ausência de fiscalização das autoridades aeroviárias naquela hora da noite. Abastecido, levantou novamente.Em Curitiba, após enfrentar violenta turbulência, comum na região do Vale do Itajaí, oficiais da aeronáutica civil já o aguardavam, alertados posteriormente à decolagem de Florianópolis, por alguém que não estava entendendo o que acontecia e denunciara o piloto, via rádio.Ao descer no aeroporto Afonso Pena, em cujas proximidades, pouco anos depois morreriam, Nereu Ramos, Leoberto Leal, Jorge Lacerda e Sidney Nocetti (quando da queda de um Convair 440 da Cruzeiro do Sul. Em 1958), Varella foi interceptado e ameaçado de detenção e também de apresamento do avião.Identificou-se como juiz, mas pouco adiantou. Então, desesperado, começou a implorar, aos prantos, que a ele concedessem a oportunidade de salvar uma vida. A vida de um adolescente que merecia viver e estava às portas da morte, e no interior do avião.Um oficial, após checar a exígua cabina do Rutinha e a veracidade do que dizia, enternecido pelo desespero de Varella, permitiu a decolagem.Novos perigos na rota seguinte, em face de irregularidade geográfica do terreno que propiciava mais e violentas turbulências.Na noite cerrada, ele a tudo venceu galhardamente.Quase pela manhã, pousava, ainda clandestinamente, no movimentado aeroporto de São Paulo. Novamente graves problemas com o controle de pousos e decolagens. Afinal, um “penetra” furara o movimentado espaço aéreo e burlara a lei, arriscando-se em meio a dezenas de aviões de carreira em sucessivos procedimentos de pousos e decolagens!Novo clamor. Veio uma ambulância.Quando esta chegou, Varella passou as devidas instruções aos para-médicos, pondo o seu paciente a caminho do hospital, em cujo centro cirúrgico iria ser operado, de imediato, o adolescente.Chorava, desta vez de felicidade.
Ato continuo, Varelinha ofereceu as duas mãos para ser algemado e preso, bem como estendeu a chave de partida de seu avião. - “Agora sim - balbuciou com a voz embargada - prendam-me! Façam-no em nome da Lei”.
As próprias autoridades aeroportuárias, durante os episódios da noite, haviam passado à imprensa, a notícia de um pequeno avião que vinha clandestinamente do sul rasgando o espaço aéreo e pretendia chegar a São Paulo.À chegada de Varella, a imprensa invadiu o aeroporto e procurou inquirir o piloto.Ao tomar conhecimento dos motivos que o levaram a toda àquela temerária aventura, tudo mudou: a partir daquele momento, estava escrita, no honroso currículo de Newton Varella, uma das mais emocionantes histórias da vida de um piloto particular e de um homem de bem.Quiçá o mais comovente registro da pujante epopéia de toda a longa trajetória de heróicos feitos da aviação civil deste país.
-o-
Esta singela homenagem que tributamos à inesquecível figura de Newton Varela, rabiscada na forma de um esmaecido registro (que não fosse ora efetuado poderia injustamente cair no mais lamentável esquecimento), dedicamos aos seus familiares, às memórias de João Pacheco dos Reis, o Pachequinho, Valdir Neves, Nelinho, Dego Orige, Aurélio, e José Trento; à sensibilidade do extremoso Monsenhor Agenor Neves Marques, à lealdade do também saudoso Dite Freitas, aos encomiosos sentimentos de Adamastor Rocha, amigos inseparáveis de Varelinha, e, de forma toda especial, verdadeira e reconhecida, ao nobre Juiz Newton Varela Filho e ao major paraquedista, Clávius Varella, irmão de Newton, em cujas veias corre o mesmo e bravo sangue do nosso inesquecível amigo.
-o-
Que fiquem gravadas, de forma indelével, nos anais da história da aviação civil precursora do sul catarinense, duas fases referenciais honrosamente distintas: tudo o que se relaciona à aviação no sul, será ilegítimo se não tomarmos, como parâmetros básicos, dois únicos períodos: o que antecedeu e o que sucedeu a empolgante trajetória de Newton Varella, cujos exemplos na arrojada forma de voar, no total desprendimento e na sempre presente solidariedade humana, foram simplesmente notáveis. É pena que nossa memória geralmente não busque alcançar exemplos grandiosos como este e de tantos outros heróis, anônimos ou não, que um dia passaram pela vida legando-nos tão belos, assinalados e sábios ensinamentos!
É pena...
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Com os nossos respeitos, “velho pintacuda", onde você estiver sobrevoando a imensidão do agora perene "céu de birgadeiro" (A.M.).

Agilmar Machado
Revista Acadêmica II

OS JORNAIS DE 1831 A 1970

"Sem exceção, todos os jornais editados no sul do Estado de Santa Catarina eram semanários, quinzenários ou mensários.

Já comentamos ligeiramente que cada um possuia uma determinada linha ideológica ou filosófica, fosse movida pela divulgação social, político-partidária ou por interesses econômicos.

Pouquíssimos desses órgãos subsistiam com relativa folga financeira (como até hoje!).

Os preços dos anúncios eram por demais aviltados, não cobrindo muitas vezes sequer os valores finais das tiragens, que incluiam despesas administrativas de oficinas, redação e circulação.

Também já aludimos, de passagem, ao imenso trabalho que requeriam esses órgãos e ao sacrifício a que estavam expostos, por conseqüência, seus diretores, funcionários e colaboradores.

O papel (Klabin) em resmas, era adquirido na Companhia T. Janer, da capital gaúcha, que somente remetia as encomendas pretendidas mediante a antecipação das importâncias para pagamento integral dos pedidos.

Quem não possuía cadastro regular na firma tinha que depender de outros jornais que o possuísse".

(Do livro "História da Comunicação no Sul de Santa catarina", de Agilmar Machado, página 77, capítulo 06)

domingo, 17 de agosto de 2008

COMUNICAÇÃO PRECÁRIA COM O BLOG

AOS QUE DESEJAREM SE COMUNICAR OU INSEFRIR COMENTÁRIOS NESTE BLOG, ACONSELHAMOS FAZÊ-LO - DE FORMA PRECÁRIA - ATRAVÉS DO E-MAIL: jorn.machado@folha.com.br

GRATO A TODOS.

AOS MEUS PÓSTEROS

DIÁRIO DE UMA VIDA - I

1938 – Anunciada na então minha pequena cidade de nascimento, anunciava-se, para as primeiras horas da noite, a inauguração festiva do sistema de iluminação de um enorme espaço frontal a nossa casa, onde mais tarde seria a principal praça pública, zelosamente cuidada pelo jardineiro e especialista em botânica, Ernesto Gratz, genro do velho dono da pensão, Thomaz Luz (tio da esposa do nosso estimado engenheiro Jacopo Tasso).
A expectativa era de euforia, como fato muito importante para a vida comunitária do lugar. Junto com meu “velho”, estava eu enfiado entre suas pernas (com os meus quatro anos de vida) sem entender muito bem o que estava sendo ali esperado. Sabia que era algo importante pelas presenças na aglomeração de familiares do nosso multi-compadre de meus pais, João Bento de Souza (próspero comerciante e vizinho natural de Cangicas - conterrâneo, portanto, do falecido artista da Rede Globo, Gilberto Martinho - , chefe de numerosa família. Um de seus filhos (Antônio) foi meu padrinho), o Juiz de Direito, Dr. Scarpa, o farmacêutico, Altícimo (sic) Tournier, genro do lagunense e também farmacêutico, Antônio Medeiros, Prefeito Caetano Lumertz, Coronel Trojillo de Mello (pai de D. Flávia, depois esposa do conhecido radialista, Nelson Almeida), Delegado de Polícia, além de muitas outras importantes pessoas da época.
De repente...FIAT LUZ!
E as hoje arcaicas lâmpadas semelhantes a uma pequena manga, tenuamente lançavam seus albores pelos arredores, formando dezenass de “círculos” no chão gramado, sob seus refletores esmaltados.
Finalmente o conhecido português, José Firmino Leitão, sócio do Padre Antônio Luiz Dias (que me batizou), sócios da empresa da qual meu pai foi permanente advogado, cumpriam uma missão a mais: a inauguração da iluminação pública de Araranguá, com energia gerada numa modesta hidrelétrica localizada na vila de Meleiro (hoje Município), recônditos do Vale do Araranguá.
Foi essa a primeira lembrança que retive na memória, racionalmente!

23 ANOS DE VIDA ROTÁRIA

Após cumprir duas etapas como presidente (1988/89, em Araranguá, e 1988/89, em Tubarão), atingimos 23 ANOS DE VIDA ROTÁRIA, contabilizando, ainda, além dos Clubes já mencionados, ROTARY PORTO ALEGRE RODOVIÁRIA, ROTARY SOL E MAR (FLORIANÓPOLIS) E ROTARY CLUBE LAGUNA, seis passagens como Diretor de Protocolo, duas como Diteror Secretário e algumas avenidas de serviço.

Embora afastado por compromissos que me impedem de manter a necessária freqüência, é-me grato estar, quando posso, com meus amigos dessa honrosa lista de rotarianos que compõem o ROTARY CLUBE LAGUNA.


Rotary Club de LagunaFundação: 20/04/1946.
Reuniões: Quinta-feira – 20:00 horas – Laguna Praia Clube.
Presidente:Gil Ungaretti Neto

Av. Senador Galotti, 123, sala 01Mar Grosso – Laguna – SC.CEP: 88790-000
Tel.: Res: (48) 3647-2174Com: (48) 3647-0845Cel: (48) 9981-3566
E-mail: gilimoveis@gilimoveis.com.br
Secretário:Antônio Cláudio Quirino RamosRua Voluntário Fermiano, 48.Centro – Laguna – SC.CEP: 88790-000Tel: Res: (48) 3647-0628Com: (48) 3644-6722Cel: (48) 9916-0196E-mail: antonio@agtlaguna.tur.br

Sócios:

1. Agilmar Machado
2. Aldo A. Massih
3. Aleir R. Moreira
4. Anderson Souza
5. Antônio Batista
6. Antônio Constantino
7. Arlei Pacheco da Rosa
8. Arquimedes de Souza
9. Aurélio Grott (IN MEMORIAM, representado por seu filho, o jovem Aurélio Grott Neto)
10. Carlos Alberto Hartz
11. Dalton J. Souza
12. Fidelix José Nazareno
13. Flávio João Borges
14. Gil Ungaretti
15. Gustavo Barzan
16. Jorge Leonel de Souza
17. Manoel Cardoso
18. Márcio de A. Ferreira
19. Marcos da Silva
20. Mario Zuquinalli
21. Mauri Wisintainer
22. Nilson Algarves
23. Nilton L.Coan
24. Osmar Girelli
25. Otto Rampinelli
26. Paulo Magalhães
27. Rafael F. Siqueira
28. Roberto Vieira
29. Robson dos Santos
30. Roger Henrique
31. Valdo Luiz Viana
32. Vilberto A. Felipe

SEGUNDA ETAPA DA CARREIRA

Com a benção de seus microfones, e discursos no idioma italiano, alemão, polonês e portugues, há mais de 56 anos entrava no ar a Rádio Difusora de Urussanga ZYT-22, hoje Rádio Marconi. Fundada em 1951 pelo Monsenhor Agenor Neves Marques, a mesma foi instalada e inaugurada em 1952, sob a orientação do Engenheiro Sidney Morato da STP de São Paulo. O primeiro cast da emissora foi formado por Agilmar Machado, Evaldo e Zenaide Luciano, Maria Damiani Batista, Ida Bez Batti, Olindina Bettiol e Marcolino Trombin.

(Primeira etapa: Rádio Eldorado de Criciúma - ZYR-6 - iniciada em fins de 1949)